terça-feira, 13 de setembro de 2016

. Obrigada Vovó por tanto amor!

Enquanto os olhos do mundo estão no bebê que acaba de nascer, a mãe da mãe enxerga a filha, recém-parida. O papel de avó pode esperar, pois é a sua menina que chora, com os seios a vazar.

A mãe da mãe esfrega roupinhas manchadas de cocô, varre o chão, garante o almoço. Compra pijamas de botão, lava lençóis sujos de leite e sangue. Ela sabe como é duro se tornar mãe. 
No silêncio da madrugada, pensa na filha, acordada. Quantas vezes será que foi? Aguentará a manhã com um sorriso? Leva canjica quentinha e seu bolo favorito.

Atarefada, a mãe da mãe sofre em silêncio. Em cada escolha da filha, relembra suas próprias. Diante de nova mãe, novo bebê, muito leite e tanto colo, questiona tudo o que fez, tempos atrás. Tempo que não volta mais. 
Se hoje é o que se tem, então hoje é o que é. Olha nos olhos, traz pão e café. Esse é o colo, esse é o leite. Aqui e agora, presente. 
A mãe da mãe ajuda a filha a voar. Cuida de tudo o que está às mãos para que ela se reconstrua, descubra sua nova identidade. Ela agora é mãe, mas será sempre filha.

Toda mãe recém-nascida precisa dos cuidados de outra mulher que entenda o quanto esse momento é frágil. A mãe da mãe pode ser uma irmã, sogra, amiga, doula, vizinha, tia, avó, cunhada, conhecida. O fato é que o puerpério necessita de união feminina, dessa compreensão que só outra mãe consegue ter. O pai é um cuidador fundamental, comanda a casa e se desdobra entre mãe e filho, mas é preciso lembrar que ele também acaba de se tornar pai, ainda que pela segunda ou terceira vez.

Marcela Feriani * Canjica ❤️ 



. 3 meses que nasci!

Eu já falava com ela muito antes dela nascer. Sempre soube que seria uma menina, embora as vezes eu tentasse me enganar. Durante anos travei uma dialogo mental com minha futura filha, nos quais eu conversava sobre coisas e a importância de se aprender a plantar uma árvore, correr na chuva, sentir o cheiro do vento, viajar na própria imaginação, ser responsável, nada de humilhar as pessoas (pois a vida da voltas e geralmente o jogo vira), ou ainda assuntos metafísicos, filosóficos e transcendentais, piração minha, mas sentia que ela em algum lugar me ouvia,  em algum lugar existia. E que era só uma questão de espaço/tempo pra gente se encontrar.
O espaço se abriu e o tempo chegou, e agora ela finalmente esta aqui deixando tudo ainda maior do que imaginava..
Minha filha, extensão de mim mesma e do homem que amo, me nutre de tanto amor que sinto pela primeira vez em espécie de alívio existencial. Uma sensação de que as coisas passam, a gente passa, o novo surge e isso é bom. Obrigada Alice, por me ensinar tanto em tão pouco tempo. Viva ao primeiro trimestre de muito amor! #3meses #maternidade #mamaedeprimeiraviagem #alice #amormaior ❤️😍