Juriti é passáro triste
Canta em muita solidão
Nem sequer sabe que existe
Amigo, mulher e violão
Canta para xique-xique
Cascavel, camaleão
Só responde a siriema
Que grita de chegar a fazer pena
Na velha catinga do sertão
Quéu-quéu chorou
Mata branca em desesperação
Credo cruz, espia que pavor
Caipora mora na escuridão
Não se ouve nem um pio
Cadê Zé, cadê João
Cadê água, cadê rio
É ano de seca no sertão
Lá onde a vida se acaba
Vive só quem tem razão
Vive o bode, vive a cabra
E o maracujá e a cana-brava
E o mandacaru e a assombração
Quéu-quéu chorou
Mata branca em desesperação
Credo cruz, espia que pavor
Caipora mora na escuridão
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