sexta-feira, 26 de julho de 2013

. A um ausente.

Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. 
Detonaste o pacto. 
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. 
Antecipaste a hora. 
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. 
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? 
Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. 
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.

Drummond

Hoje tivemos uma notícia triste, a Paraibana de sangue, e carioca há mais de 40 anos faleceu. Uma morte rápida, triste. Que Deus e os anjos de luzes possa iluminar seu espírito, e que eu a tenha em minha memória para toda vida, uma pessoa humilde, batalhadora, e simplesmente avó que todos queriam ter.
Hoje, exatamente hoje, fiz homenagem a meus avós, vivos e os que já foram. Hoje meu amor, meu marido que amo, perdeu a avó. Linda avó!

Uma noite triste.




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